sábado, 29 de outubro de 2011

Luta contra barragem de Belo Monte esta em fase critica






Boa tarde amigos de luta.


Publico na integra uma publicação do portal www.parebelomonte.com.br sobre as recentes noticias sobre a luta dos indigenas, ribeirinhos, e todos de direito sobre suas terras e que não aceitam a destruição dos diversos biomas no entorno da Barragem de Belo Monte.
Leiam e acompanhem o portal para que possamos mesmo de longe dar uma força.



É trans­cre­vendo o comen­tá­rio de Car­los Nas­ci­mento, âncora do Jor­nal do SBT de hoje, 27/10/2011, que começo este artigo para mos­trar o quanto empe­nhado está, real­mente, o jor­na­lismo bra­si­leiro, em mos­trar os fatos e tra­zer a ver­dade aos cida­dãos, informando-os sobre o que ocorre no país.

Sim, é ver­dade, o Bra­sil é o país da Amé­rica Latina mais bem ser­vido de bons jor­na­lis­tas e onde, prin­ci­pal­mente, a grande mídia não sofre influên­cias nem de Governo nem da classe mais abas­tada. Aqui pode­mos bater no peito e dizer que somos bem infor­ma­dos e sabe­mos tudo na mais abso­luta transparência. Piada né? Sim, uma grande e engra­çada piada, caro leitor.

Hoje foi o pri­meiro dia da grande ocu­pa­ção do can­teiro de obras da Bar­ra­gem de Belo Monte, em Alta­mira (PA) por povos indí­ge­nas, pes­ca­do­res, ribei­ri­nhos, peque­nos agri­cul­to­res e popu­la­res, todos direta ou indi­re­ta­mente afe­ta­dos pela cons­tru­ção da usina. São mais de 300 pes­soas, de diver­sas ida­des, que estão neste exato momento acam­pa­das entre as máqui­nas pesa­das na imensa cla­reira aberta pela Norte Energia.

Mas você não viu isso em nenhum tele­jor­nal, ou viu? Não, real­mente não viu. Uma ocu­pa­ção desta mag­ni­tude, com inte­res­ses do Governo em jogo, não foi sequer nota de comen­tá­rio em NENHUM TELEJORNAL no dia de hoje. Nem Globo, nem SBT, nem Record, nem Band, nem RedeTV!, nenhuma grande emis­sora se mani­fes­tou sobre o caso. Muito pelo con­trá­rio, deram um jeito de cor­rer atrás de outras notí­cias menos impor­tan­tes, mas que ganha­ram des­ta­que na tela, como o que Romá­rio pensa sobre a sele­ção femi­nina de fute­bol, o OccupyWallS­treet e a revolta das char­re­tes de NY. A Globo até resol­veu falar sobre o Pana­me­ri­cano do México (assunto que estava evi­tando noti­ciar, já que os direi­tos de trans­mis­são foram com­pra­dos pela Record com exclu­si­vi­dade). Tudo isso para não ter de tocar no assunto da ocu­pa­ção de Belo Monte.

Já as novas mídias, os sites de notí­cias e ver­sões online de alguns jor­nais (digo isso por ainda não saber se a notí­cia sairá na ver­são impressa tam­bém), estes cor­re­ram atrás e noti­ci­a­ram quase que em tempo real. Tal­vez pelo sim­ples fato de não dei­xar de dar a notí­cia e per­der a posi­ção para os milha­res de blogs de jor­na­lis­tas ama­do­res, cida­dãos como eu e você, que can­sa­ram de ver os fatos serem mas­ca­ra­dos e ter­mi­nam publi­cando quase tudo que acon­tece ao seu redor, gerando a ver­da­deira notícia.

No começo do artigo eu cito os jor­na­lis­tas, mas agora vou me retra­tar. Na ver­dade não creio que um jor­na­lista, que estu­dou duro para ter seu diploma e lutou para arru­mar um emprego numa boa reda­ção, não que­ria dar a notí­cia cor­reta ou tenha algum inte­ressa em, sim­ples­mente, não dar a notí­cia. Não, não acre­dito nesta hipó­tese. Mas sei do que acon­tece acima deles. A cen­sura na ver­dade parte dos donos dos veí­cu­los de comu­ni­ca­ção e dos gran­des edi­to­res, todos estes quem tem, em níveis dife­ren­tes, o rabo preso com o Governo ou algum inte­resse par­ti­cu­lar na notí­cia a ser cen­su­rada ou maqui­ada. Estes sim, os cor­rup­tí­veis, são os ver­da­dei­ros cul­pa­dos da omis­são das gran­des mídias em cer­tos assun­tos de inte­resse naci­o­nal e, em espe­cial, neste caso da Usina de Belo Monte.

Real­mente, a notí­cia da ocu­pa­ção deses­ta­bi­li­za­ria com­ple­ta­mente a posi­ção firme do Governo em per­se­ve­rar na cons­tru­ção da usina. Ima­gina só vocês, que con­fu­são ia dar, se o povão sou­besse o que real­mente está acon­te­cendo! Muita gente, sabendo o mínimo sobre este empre­en­di­mento, já é logo con­tra este absurdo, ima­gina então se a maior par­cela da popu­la­ção tomasse conhe­ci­mento? Real­mente seria uma tra­gé­dia para os pla­nos de “desen­vol­vi­mento sus­ten­tá­vel” do país.

É por isso, meus caros, que nem os pro­ces­sos na jus­tiça sobre Belo Monte, nem os atos locais, em cada cidade, nem esta grande ocu­pa­ção apa­re­ce­ram uma vez sequer na tele­vi­são, veí­culo de mas­sas, for­ma­dor de opi­nião. Nada disso será visto por um bom tempo ainda, e cabe a nós, pes­soas comuns, mas temos a cons­ci­ên­cia do que está acon­te­cendo no Para, espa­lhar a notí­cia, como está fazendo este artigo agora, como fazem deze­nas de blogs, como fazem alguns vídeos ama­do­res, etc.

Infe­liz­mente a nossa mídia é uma mídia com­prada, de uma ver­dade falida e com prin­cí­pios que só ser­vem para se ler no papel. Na prá­tica, no Bra­sil, nada disso fun­ci­ona como está escrito. Ética e trans­pa­rên­cia, aqui, pas­sam longe.


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